Quem pensa que as batalhas depois do ouro são menos duras que as que se tem de travar até chegar ao pódio, está enganado. Depois de conquistar o título Mundial, Rafaela Silva teve que enfrentar adversários tão ou mais complexos dos que as que deixou para trás no tatame. Logo após a luta pelo ouro, entrevistas para as emissoras oficiais antes mesmo de receber a medalha. Depois, mais um batalhão de jornalistas esperava a primeira campeã mundial brasileira na zona mista. O atendimento à imprensa se estendeu até mais ou menos oito da noite. Depois de sair do Maracanãzinho, uma breve escapada para comemorar a medalha com os amigos do Instituto Reação e, principalmente, com o mentor Geraldo Bernardes.
Nada de acordar tarde no dia seguinte. Às sete da manhã, um carro já a esperava na porta do hotel oficial da delegação brasileira para levá-la a um estúdio na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Da zona oeste para a zona sul e uma nova participação em um programa de TV ao vivo. De lá para o Maracanãzinho onde tinha dois compromissos: participação na coletiva de divulgação do Plano Brasil Medalhas do Ministério do Esporte, já que é uma das contempladas pelo Bolsa Pódio; e depois participação no estande da Sadia, patrocinadora pessoal e da CBJ, na cidade do Judô. Não sem antes fazer mais uma pausa na zona mista do ginásio para atender aos veículos de imprensa presentes.
“A parte boa é receber o carinho dos fãs, ser reconhecida nas ruas. A que eu não gosto muito é ter que dar tantas entrevistas”, disse, rindo, Rafaela Silva.
Ainda no Maracanãzinho parou para assistir às disputas por medalhas da categoria meio médio. No final da tarde, mais uma participação em um programa ao vivo. Depois disso, um merecido descanso porque já nesta sexta, 30 de agosto, tinha treino para o Mundial por Equipes que acontece no próximo domingo.
“Fiquei bem cansada porque na véspera da luta dormi só duas horas por conta da ansiedade. Hoje também acordei cedo e não parei até agora”, disse Rafaela, pouco antes de entrar no carro que a deixaria no hotel.
Por onde passou, seja nos corredores das emissoras, dentro do Maracanãzinho ou na rua, muitas fotos, abraços e parabéns pela medalha. Uma rotina dura, rotina de campeã.